Eis o homem
Da guerra homem
Orixá grande
Aborô .
Eis o homem
Estratégia homem
O homem grande
Emeninou.
Nos navios negreiros
Entre cantos de horror
Os orixás vieram
Com seus yaôs.
Homem grande de fé
Deitado sobre guiné
Logun Edé chorou
Sua estratégia de guerra
Não venceu a ganância
Tão pouco a intolerância
Que o branco implantou.
As grandes mulheres pretas
Belas mulheres pretas
O alimentou com suas tetas
A Logun acalentou.
Pegou o orixá sofrido
Guerreiro destemido
Que nos afagos chorou.
Logun orixá homem
Grande orixá homem
Entre os seios emeninou.
Logun Edé Chorou.
Nem Olodumare no orum
Sabia do novo caminho
Logum mudou de estratégia
Perante o grande espinho
Oxum tornou-se sua mãe
Oxóssi seu pai, um ninho.
Perante Oxóssi, o caçador
E a dona do ouro Oxum
Logun lavou sua dor
Fundiu-se até no orum
Logun -Oxum – Oxossi
Dançando num belo rum.
Eis o homem
Da guerra
homem
Outro corpo
Mesmo corpo
No Brasil:
Há homem
Há mulher
Há outro
Eis o menino
Em estratégia
Para nova guerra
Se fundiu.
O grande senhor de guerra deitou no colo de Oxum e
emeninou-se virando criança.
O grande senhor de guerra aceitou ser acolhido
pelas mulheres pretas do candomblé e virar menino, mantendo vivo seu axé no
novo mundo.
Logun Edé “santo menino que velho respeita”.
Logun Edé homem grande de guerra, Senhor da
estratégia, caçador.
Viu o chicote açoitar, sua estratégia falhar e
para se reavivar menino virou.
Logun Edé
É o ofá
Logun Edé
É o abebé
Logun Edé
Losi lossi odé!
Van Sena