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O Tempo é.
Vivo, constante e mutável deixa-se ser atravessado pela lida do Orí com Ele.
Com o Tempo aprendi a
ver como tudo é passageiro. Vai-se mais rápido ainda quando nos permitimos dar passagem ao já ocorrido.
Tempo passa, passeia, sem parar...
Há episódios, ações e até pensamentos insistentes
em se repetir em nossa trajetória. No entanto, mesmo repetindo-se, jamais serão
os mesmos.
O Tempo segue seu curso nos transformando em
novos eus (fazendo entender inclusive a desestabilidade do eu). É Ele o Senhor
do desconhecido. A Ele cabe a entrega do que esperamos ser a resposta para as
nossas demandas e a nós viver os instantes para o Tempo se construir através
das ações, reações e reflexões.
Com Tempo aprendi a me responsabilizar.
A criar menos expectativas, não me apegar as poucas criadas e não colocar a
culpa no outro pelas não correspondidas. Hoje penso em mim em primeiro lugar.
Se sou protagonista das
minhas dores também quero ser dos meus amores. Sem egoísmo pleno, mas com ele
em alguns momentos, pois faz parte também reconhecer o provável defeito como
possível potencialidade.
Nasci só. Morrerei só. Somos
solidões. Devemos aprender viver bem as nossas solidões para bem compartilhá-las.
Tempo me disse “O fim é
tão constante quanto o começo”. O fim sempre acontecerá. Mesmo quando o amor
dura por toda uma vida. Diversos fins aconteceram para que este amor se
sustentasse. Entretanto, mais do que o momento de começar algo é preciso saber
o momento de terminar. Ou o seu fim será iniciado.
As experiências constroem
o sujeito. O Tempo me ensinou a respeitá-las. Olhar para trás sem me machucar,
mas tentando aprender com cada tropeço. É o corte da topada a marca lembradora da
pedra no caminho. Eis o saber a lidar com as pedras. Eis o saber a lidar com o caminho.
Quando juntamos todos
esses processos percebemos o quanto podemos crescer. Formamos uma coerência de
valores que reunidas e postas em práticas, nos diversos espaços a qual ocupamos,
gera congruência.
A religiosidade precisa
nos alimentar espiritualmente reverberando em nossas atitudes cotidianas. Se
tua religião não te faz uma pessoa melhor abandone-a! Se você não se faz uma
pessoa melhor, aproveitando os ensinamentos da sua religião, se repense.
Senhor Tempo segura
minhas demandas. A ele entrego os atos de injustiça contra mim. A ele entrego
minhas fragilidades e imperfeições. É Tempo meu melhor conselheiro.
Tempo: faz-me morrer e ressuscitar todos os dias.
Tempo: faz-me morrer e ressuscitar todos os dias.
Como resultado à escuta
dos ensinamentos de Tempo em mim emerge maturidade.
Zaratempô!