Eu tenho olhos por todo corpo
Tenho vontade de comer
Cagar e cuspir.
Sou anarquista
Graças a meu eu.
Te peço
Vou buscar
Sem ir a lugar algum
Já tenho o que tu me darás
Antes mesmo de eu te pedir.
Descobri o teu silêncio
Os ecos da tua voz
Eu sei da tua fala
A fala que nunca cala
Aquela íntima de si.
Sou pulsão
Tensão
Tesão
Turbulência e
Frenesi.
Te desorganizo
Para te mostrar a bagunça,
A bagunça que você fez.
Volto meus olhos para teu corpo
Te mostro o tempo
A paciência
A ordem
E o equilíbrio.
Há dualidades
Entre elas disciplina.
Não adianta correr
Se lavar
Se despir
Mancha de dendê não sai!
Faço-me encruzilhadas
Centro das tuas dúvidas.
Exu Bára Onã
Exu sete facadas
Exu do seu sangue
Exu de todas as almas
Exu homo sapiens.
Nunca estive fora
Não me procure longe
Não me chame com ipadê.
Eu sou os olhos por todo teu corpo
Olha para mim
Que eu olho para você.
Van Sena Omoloji